A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) está investindo no aumento da oferta para atender o crescimento do consumo, mesmo vendo riscos no cenário de demanda por causa da crise da dívida da Europa e de economia global mais fraca. Em relatório sobre o Cenário Global de Petróleo divulgado nesta terça-feira, a Opep previu um aumento de sua capacidade ociosa de produção para 8 milhões de barris por dia até 2015, ante uma média de 4 milhões de bpd em 2011.
Opep também elevou a projeção de demanda de petróleo em 2015 para 92,9 milhões de barris/dia, alta de 1,9 milhões de barris/dia ante a estimativa anterior. A demanda efetiva de petróleo ficou em média de 86,8 milhões de bpd em 2010. O relatório citou, no entanto, um conjunto de desafios para a economia global, tal como um declínio no estímulo monetário, a crise da dívida na zona do euro e sinais de que países emergentes --esperados para conduzir a demanda por petróleo-- não estão imunes à piora das condições econômicas.
"Tudo isso tem levado a elevados riscos de deteorização para a economia mundial", segundo escreveu o secretário-geral da Opep, Abdullah al-Badri, em introdução do relatório anual do grupo, publicado nesta terça-feira. A Opep, que produz mais de um terço do petróleo mundial, é tipicamente mais conservadora na previsão da demanda por petróleo que outros órgãos, como a Agência Internacional de Energia (AIE). A AIE deve divulgar um relatório de projeção de energia para longo prazo na quarta-feira.
"Vale ressaltar que os riscos parecem desviados para o lado negativo, especialmente desde que a crise da dívida soberana em alguns países da UE pareceu estar se espalhando e a economia mundial desacelerando ainda mais, com possíveis consequências para o sistema financeiro global", disse a Opep. O aumento da incerteza política na Itália, onde o primeiro-ministro Silvio Berlusconi sofre pressão para renunciar, contribuiu para os distúrbios na Europa por conta da crise na Grécia, que atingiu os mercados nas últimas semanas. O relatório da Opep olha para 2035, quando espera que a demanda por petróleo atinja quase 110 milhões de bpd. No relatório do ano passado, a previsão foi até 2030, quando a organização previa uma demanda de 106 milhões de bpd.
Fonte: NN A Mídia do Petróleo
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