Estudantes estrangeiros da Linguae que buscam a escola para aprender português já ultrapassaram o número de alunos interessados em aprender espanhol
O Brasil tomou da Grã Bretanha o sexto lugar entre as maiores economias do mundo em dezembro de 2011. Paralelamente a isso, a Europa atravessa uma longa crise e os Estados Unidos começam a se recuperar timidamente da sua. Uma das consequências da retração econômica nos países de desenvolvidos é o interesse crescente no mercado brasileiro por imigrantes qualificados que buscam no País a oportunidade de se desenvolver - como profissionais ou empreendedores.
Os números confirmam o fluxo migratório de olho em empregos e oportunidades de pequenos negócios. O governo brasileiro emitiu 32,8% a mais de vistos de trabalho para estrangeiros de janeiro a outubro de 2011, na comparação com 2010. O crescimento da economia nacional, impulsionado por obras de infraestrutura, de adaptação para a realização do Mundial de 2014 e dos Jogos Olímpicos de 2016 e também pela exploração do Pré-Sal, aponta para o aumento da onda imigratória nos próximos anos.
As escolas de idiomas estão atentas a esse nicho. Em algumas, as aulas de português para estrangeiros ultrapassou o espanhol entre os cursos mais procurados.
Os números confirmam o fluxo migratório de olho em empregos e oportunidades de pequenos negócios. O governo brasileiro emitiu 32,8% a mais de vistos de trabalho para estrangeiros de janeiro a outubro de 2011, na comparação com 2010. O crescimento da economia nacional, impulsionado por obras de infraestrutura, de adaptação para a realização do Mundial de 2014 e dos Jogos Olímpicos de 2016 e também pela exploração do Pré-Sal, aponta para o aumento da onda imigratória nos próximos anos.
As escolas de idiomas estão atentas a esse nicho. Em algumas, as aulas de português para estrangeiros ultrapassou o espanhol entre os cursos mais procurados.
O entusiasmo não se dá somente por parte de empresários. Em artigo publicado neste mês pela prestigiosa revista britânica Economist, a correspondente em São Paulo, Helen Joyce, classificou o português falado no Brasil como a "melhor língua para se aprender". Ela argumenta que quando se deseja dominar um idioma que "não seja impossível de aprender" para um anglófono, e que possibilite acesso a um grande grupo de interlocutores, locais interessantes para conhecer e sólidas perspectivas financeiras, "há somente uma resposta racional: o português brasileiro".
Ao que tudo indica, muitos estrangeiros têm raciocinado nessa mesma linha. Plínio Ghardi, sócio-diretor da escola de idiomas Linguae, de São Paulo, conta que desde o início de 2010 a procura por aulas de português para estrangeiros ultrapassou a por espanhol e, hoje, só perde para o inglês.
Para o empresário, cidades importantes internacionalmente são "cosmopolitas" por definição. Com o Brasil desempenhando cada vez mais um papel de destaque, ele prevê que capitais como Rio e São Paulo se tornarão cada vez mais internacionais.
Ghardi destaca europeus e americanos como os que mais procuram o curso, mas diz também observar uma forte presença de asiáticos entre os alunos. Muitos trabalham em multinacionais que exercem atividades no Brasil e querem aprender a língua como ferramenta para crescer na empresa. O perfil do alunado, no entanto, não se restringe a executivos. "Muita gente nos procura por ter relacionamento com brasileiros, além de muitos jovens que estudam aqui vêm em busca de um pouco de aventura no Brasil". Ele conta que a empresa já organizou cursos intensivos de férias para estudantes estrangeiros e pretende seguir fazendo isso. "Pensamos em organizar mais intensivos em outras épocas do ano", conta.
Com cerca de 70 alunos, a maioria das aulas da Linguae é individual e feita no domicílio do estudante, mas a escola também conta com duas salas para atender a grupos maiores.
Ghardi diz que o mercado para professores de português para estrangeiros está aquecido. O maior desafio, no entanto, é encontrar material didático desenvolvido com essa finalidade. "O melhor livro de português para estrangeiros não chega aos pés do pior livro de inglês disponível no mercado", compara. Essa carência exige maior tempo de preparo das aulas por parte dos professores.
Outra consequência da expansão desse nicho é o aumento da concorrência entre as escolas. "As que trabalhavam com inglês passaram a trabalhar também com espanhol. Agora, as escolas que trabalham com espanhol vão passar a trabalhar também com o português", prevê Ghardi. Até o momento, no entanto, a competição ainda está pulverizada. Ei aí uma ótima notícia para empreendedores que já perceberam que também no ensino de idiomas o Brasil caminha para ser a bola da vez.
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