segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Setor de óleo e gás deve gerar 200 mil postos de trabalho


Investimentos em exploração de petróleo no mar podem chegar a US$ 400 bi
NN - Júlia Moura - Sexta-feira, 21 Setembro, 2012 - 10:50
Durante os quatro dias da Rio Oil & Gas, maior feira da área da América Latina, realizada no Riocentro, a indústria de petróleo e gás do mundo discutiu sobre os desafios do Brasil no setor. Para os estudantes a perspectiva de um futuro promissor neste mercado, além da busca constante pela capacitação profissional para atender a demanda crescente, muito em razão das descobertas recentes na área de pré-sal.
Um dos desafios é preencher os mais de 200 mil postos de trabalho que vão ser criados até 2014 no setor de óleo e gás, segundo levantamento realizado pelo Programa de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo e Gás Natural (Prominp).
Para a estudante de mestrado em Geofísica Marinha, pela UFF, Audrey Galvão, de 30 anos, o Rio oferece as melhores oportunidades de emprego e cursos, com a vantagem estratégica de centralizar as empresas do setor. “Sou de Jundiaí, em São Paulo, e me mudei para o Rio visando entrar no mercado de exploração de óleo e gás. O mercado no Rio está em expansão”, avalia Galvão. 
Destes 200 mil empregos diretos e indiretos, em nível técnico, médio e universitário, cerca de 85 mil, aproximadamente 39%, representam mão de obra para a indústria naval. Outro polo que deve centralizar grande parte das vagas é a Bacia de Campos, no estado do Rio de Janeiro, que concentra 80% da produção de petróleo no país. Estão em operação no local 400 poços e 30 plataformas de produção.
“Escolhi o mestrado em Geologia por causa do mercado atraente. Tenho a oportunidade de aplicar meus conhecimentos em física de forma objetiva. A qualificação profissional do brasileiro está melhorando, mas ainda temos pouco investimento na área de educação”, aponta o físico Felipe Timóteo da Costa, de 26 anos.
As projeções até 2020 são mais otimistas. Segundo os dados da Organização Nacional da Indústria do Petróleo (Onip), a efetiva capacitação da indústria nacional de materiais, equipamentos e serviços para atender à demanda da exploração e produção offshore (no mar) poderá gerar até dois milhões de novos empregos. De acordo com o estudo, nos próximos oito anos deverão ser investidos US$ 400 bilhões em exploração de petróleo no mar.
Vagas constantes
De acordo com o Prominp, há categorias profissionais que têm demanda constante no mercado. Até 2017, profissionais capacitados também serão necessários para a construção de cinco refinarias e 28 plataformas.
No nível superior, por exemplo, há forte procura por engenheiros eletricistas, engenheiros de equipamentos e engenheiros de tubulação. De nível técnico e médio, as categorias profissionais mais solicitadas serão projetista de equipamentos, plataformista e auxiliar de plataforma. Haverá, também, uma grande oferta de emprego para categorias de nível básico, como montador de andaime, mecânico ajustador e caldeireiro, entre outras.


quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Instituições francesas ficarão fechadas em 20 países na próxima sexta


O governo francês decidiu que suas escolas, centro culturais, assim como suas representações diplomáticas e consulares em 20 nações permanecerão fechadas na próxima sexta em consequência da publicação de cartuns satíricos com a figura do profeta Maomé pela revista francesa "Charlie Hebdo". Em outros países, a segurança dessas instituições será reforçada. A tarde de sexta-feira, após as rezas do meio-dia, é um período comum de convocação de protestos em países islâmicos.

O ministro de Relações Exteriores da França, Laurent Fabius, disse que a decisão foi tomada para precaver reações hostis aos cartuns, mas ressaltou que nenhuma ameaça formal foi recebida. Na última semana, dezenas de protestos eclodiram em países islâmicos devido a um vídeo publicado na internet ofensivo ao profeta Maomé. O embaixador dos EUA na Líbia, Christopher Stevens, foi morto com outros três americanos em Benghazi.
Em uma entrevista de rádio, Fabius disse que o direito de liberdade de expressão deve ser resguardado. "Mas no contexto presente, levando em conta o vídeo absurdo que foi divulgado, fortes emoções afloraram em muitos países muçulmanos. É sensato ou inteligente colocar lenha na fogueira?"

O primeiro-ministro francês, Jean-Marc Ayrault, disse em comunicado que desaprova todos os excessos da liberdade de expressão.
Entre os cartuns publicados, há um que mostra o profeta Maomé pelado, posando para um cinegrafista e perguntando: "Gosta das minhas nádegas?" O governo francês havia pedido anteriormente que a revista não publicasse as charges. Todos os 75 mil exemplares da edição de quarta da "Charlie Hebdo" já foram vendidos. Está prevista uma segunda impressão, do mesmo número, para sexta. O site da revista (www.charliehebdo.fr) permanece fora do ar, após ter sido aparentemente hackeado.
O editor da revista, Stéphane Charbonnier, negou que estava deliberadamente sendo provocativo. "A liberdade de imprensa é uma provocação?", disse Charbonnier. "Eu não peço que os muçulmanos leiam a 'Charlie Hebdo', assim como eu não vou para uma mesquita para ouvir discursos que vão contra tudo o que eu acredito."
O porta-voz da Irmandade Muçulmana no Egito, Mahmoud Ghozlan, disse que o governo francês deveria reagir à publicação dos cartuns da mesma forma que reagiria contra quem negasse a existência do holocausto.
Outras autoridades do mundo islâmico criticaram a publicação, mas pediram calma aos fieis. O Ennahda, partido islâmico que governa a Tunísia, disse que os cartuns eram armadilhas para tornar a Primavera Árabe em um conflito com o Ocidente. O Conselho Muçulmano Francês, o maior órgão de representação de muçulmanos na França, disse estar "muito preocupado" que a publicação dos cartuns "exacerbe as tensões e provoque reações". Para o conselho, os muçulmanos devem mostrar seu ofendimento por vias legais.

Não é a primeira vez que a "Charlie Hebdo" provoca os fiéis muçulmanos. Em novembro de 2011, o escritório da publicação, em Paris, chegou a ser incendiado por coquetéis molotov em represália à publicação de uma edição que dizia ter o profeta Maomé como editor e prometia cem chibatadas a quem não achasse graça.
Também em 2006, após a reprodução de caricaturas de Maomé do periódico dinamarquês "Jyllands-Posten", o periódico recebeu ameaças e chegou a ser denunciado por injúrias com base religiosa. 


Fonte: Agência de notícias jornal de Floripa