A liberação de recursos pela
Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) no primeiro trimestre do ano
superou R$ 1 bilhão e as novas contratações devem alcançar R$ 2 bilhões
no mesmo período. Os valores representam quase 39% dos R$ 2,6 bilhões
desembolsados em 2013 e 33% dos R$ 6 bilhões contratados no ano passado.
Segundo Cláudio Guimarães, diretor de
finanças e controladoria do órgão, os resultados refletem o impacto do
programa Finep 30 dias, implementado em setembro, e iniciativas para a
diversificação e descentralização das atividades. Por isso, ele não faz
comparações com o desempenho no mesmo período do ano anterior.
"Menos de três meses depois do
lançamento do programa, nossa base de clientes alcançou 674 empresas, um
aumento de quase 300%. As pessoas descobriram que a Finep dá crédito",
diz Guimarães. O programa reduziu o prazo de análise de 400 dias, como
ocorria em 2011, para 30 dias. "O comitê analisou 152 projetos, aprovou
72 e rejeitou 80".
Para Guimarães, o programa é positivo,
mas não é o único fator de expansão. Com a meta de atingir R$ 10 bilhões
em contratações no fim deste ano, a Finep aposta também na
descentralização das atividades. A estratégia é garantir que a expansão
das linhas para inovação ocorra de forma descentralizada pelo país. O
objetivo é evitar a concentração que atingiu outros órgãos de fomento,
como o BNDES, e que é sempre difícil de reverter. "O BNDES é nosso
benchmark para descentralização", afirma.
A Finep se aproximou da Associação
Brasileira das Instituições Financeiras de Desenvolvimento (ABDE) com
objetivo de identificar e prover agentes de infraestrutura para a
análise e concessão de crédito. Um acordo com o Sebrae também viabilizou
a o aumento da cobertura do fundo garantidor de crédito para pequenas e
médias empresas - de R$ 300 milhões para R$ 600 milhões - nos projetos
de inovação.
Por meio do programa InovaCred, o
diretor da Finep conta ter contratado 14 agentes regionais. "São
instituições que conhecem as necessidades locais. Os convênios com esses
agentes têm funding de R$ 1 bilhão do governo federal e R$ 200 milhões
da própria Finep", diz. Para a área de fomento foi desenvolvido o
TecInova. "Só o edital de Santa Catarina resultou em R$ 15 milhões para
45 projetos".
Os resultados positivos mostram, na
avaliação de Guimarães, a capacidade da Finep de manter o ritmo de
expansão. Segundo ele, se repetir o crescimento de 2013, a instituição
chegará no teto da capacidade de concessão de crédito. Nesse caso,
precisará de novos aportes.
As adaptações que permitirão credenciar a
Finep como agência de fomento no Banco Central só estarão prontas no
fim do ano, diz Guimarães. Com isso, a instituição poderá acessar novas
fontes de recursos, como o Fundo Social. Até lá, está sendo negociado um
aporte de R$ 1 bilhão com o Tesouro Nacional, além das parcerias com
diversos fundos setoriais, como o Funtel, de telecomunicações.
"A Finep quase quadruplicou em três
anos. Precisamos de novas capitalizações, mas entendo que é ano
eleitoral, que tem toda uma discussão de superávit primário", afirma.
Fonte: Valor Econômico
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