RIO - O grupo britânico Rolls Royce anunciou, na manhã de ontem,
segunda-feira, 7, a instalação de uma fábrica de propulsores marítimos
em Duque de Caxias, na região metropolitana do Rio. Com investimento de
R$ 80 milhões, a nova fábrica será implantada em maio e fará as
primeiras entregas em janeiro de 2015. O foco da unidade será atender
aos requisitos de conteúdo local para os contratos de construção naval
voltados para o Pré-sal.
O anúncio foi feito hoje pelo presidente do grupo para América
Latina, Francisco Itzaina, pelo diretor da área naval, Paulo Rolim, e
pelo ministro de Finanças do Reino Unido, George Osborne. Segundo o
ministro, a fábrica reforça a parceria de "longo prazo" entre a
companhia e o País.
"É uma oportunidade de dar suporte a uma grande companhia britânica
em seus investimentos no Brasil. Esta é a grande cooperação que gostamos
de ver entre os países, e espero ver ainda muito mais forte",
ressaltou.
O presidente do grupo na América Latina ainda destacou que a nova
fábrica visa atender aos desafios do País, com o pré-sal e a melhoria da
produtividade. A empresa já possui contratos para fabricação de
equipamentos a duas embarcações da Petrobras. Segundo Francisco Itzaina,
um terço das oportunidades no mercado offshore estão no Brasil.
"Você pode reagir a uma necessidade de conteúdo local ou você pode
ter um compromisso realmente importante com o desenvolvimento do setor e
do País, e é onde a Rolls-Royce se coloca", afirmou o executivo. "Esta
fabrica é parte desse desafio. E com ela, chegaremos aos percentuais
requeridos de conteúdo local", completou.
Itzaina também reforçou a demanda do País por produtividade como o
"maior desafio" na economia brasileira. "O País está muito atrás na
área. A base do crescimento no País está na melhora da produtividade.
Automação é fundamental para continuar na trajetória de melhoria na
competitividade, mas também treinamento", avalia.
O executivo destacou o Centro de Treinamento que o grupo inaugurou,
em março, em Niterói, para capacitar os operadores dos equipamentos da
Rolls Royce. Com investimento de R$ 8,5 milhões, o centro capacita
anualmente 700 trabalhadores. Segundo Itzaina, o numero pode aumentar em
quatro vezes com a operação da fábrica.
"Qualquer iniciativa em termos de produtividade dá imediato
resultado, e estamos contribuindo na área de treinamento. Estamos
conversando com ANP e outros atores do setor, pois o Centro de
Treinamento é um esforço para consolidar a empresa, mas também com pouca
rentabilidade para a empresa, está é uma das áreas que deveria ter
incentivo".
As conversas, segundo ele, poderiam gerar um "pacto social" entre
empresários, governo e agencias reguladoras para garantir um avanço no
setor. "Estamos fazendo isso ''empurrados'' pela situação, mas
precisaríamos conceituar isso como sociedade", completou.
Além da Petrobras, com duas encomendas, a companhia tem também
contratos com a Sette Brasil, com sete embarcações e um colume de US$
100 milhões. As entregas estão previstas para o primeiro semestre de
2015, chegando até 2016. Além dessas encomendas, a empresa negocia
contratos para outras embarcações, que podem ser montadas na nova
fábrica. O grupo também já atua na área de reparos e produção de outros
equipamentos.
"O contrato é um alavancador, não se faz uma fabrica apenas com um
contrato. Nosso compromisso é de longo prazo, vemos um horizonte de
muitas oportunidades", afirmou Paulo Rolim, diretor da área Naval da
companhia no Brasil. "É um compromisso com o País, estamos vendo o
futuro", completou.
Fonte: ANTONIO PITA - Agencia Estado
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